Recursos e
Estrategias em Baixa Tecnologia
que podem apoiar o aluno com TEA
De acordo com
estudiosos e pesquisadores, a comunicação humana é uma das
práticas culturais mais significantes e fundamentais dos seres
humanos. Segundo a visão sócio-histórica o desenvolvimento é
um processo social que se desenvolve ao longo da vida e por meio do
qual o sistema de símbolos é adquirido em um longo processo
ontológico de aprendizagem cultural.
Para
TOMASELLO, 2003, as formas mais comuns de comunicação são a oral
e a escrita, mas o processo comunicacional inclui também gestos e
expressões corporais e também envolve aspectos relativos à
intersubjetividade como a reciprocidade e as crenças dos sujeitos em
interação.
Déficits no
desenvolvimento da linguagem acarretam déficits em outras áreas do
desenvolvimento como cognitivo, emocional e social. Para estas
pessoas, sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa podem
ser recursos importantes na promoção de seu desenvolvimento.
Para Vygotsky,
1998, no desenvolvimento humano, a linguagem tem um papel de
essencial, pois, se constitui um elemento critico tanto para a
aquisição de sistemas simbólicos, como a escrita, leitura e a
matemática, quanto para desenvolver habilidades de relacionamento
interpessoal e o pensamento .
É notório
que, as criança com TEA, apresenta especificidade nas áreas da
comunicação/linguagem, do comportamento e dos interesses sociais.
Com isso necessitam de estratégias que favoreçam na aquisição de
habilidades e competências, e, o ambiente escolar deve estar atento
a essas necessidades, com o proposito de proporcionar à estes, um
bom desempenho nas diversas áreas do conhecimento.
A Comunicação
Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma das áreas das Tecnologias
Assistivas (TA), que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou
em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em
falar e escrever. E, tem como objetivo tornar o sujeito com
distúrbio de comunicação o mais independente e competente possível
em suas situações comunicativas, podendo assim ampliar suas
oportunidades de interação com os outros, na escola e na comunidade
em geral. (SCHIRMER, 2004, p. 46).
Segundo
TETZCHNER e MARTINSEN (1992, p. 23), A CAA, destina-se a sujeitos de
todas as idades, que não possui fala e ou escrita funcional devido
disfunções variadas como, por exemplo: paralisia cerebral,
deficiência mental, autismo, acidente vascular cerebral, traumatismo
cranioencefálico, traumatismo raquiomedular, doenças neuromotoras
(como por exemplo, à esclerose lateral amiotrófica), apraxia oral e
outros.
A Comunicação
Aumentativa e Alternativa é o uso integrado de todos os recursos de
comunicação que são organizados de forma personalizada. Por isso é
chamado de Sistema Multimodal ou seja utiliza e valoriza todas formas
expressivas do usuário, como os gestos, expressão facial, olhar,
vocalização, apontar, entre outras possibilidades.
Em seguida
analisaremos alguns métodos e estratégias de recursos de baixa
tecnologia que favorecerão no ensino/aprendizagem de alunos com TEA,
e consequentemente outros público-alvo como foi dito posteriormente.
A atenção nesse momento é o aluno com Transtorno do Espectro
Autista, portanto, pensaremos então, em tecnologias que estimularão áreas do desenvolvimento humano como: cognitiva, linguagem/comunicação, socialização e
motricidade ampla e fina, que são respectivamente de maiores necessidades.
Esses recursos
poderão ser utilizados por alunos a partir de 03 anos de idade,
considerando a maturidade cronológica, grau de interesses e o nível
de conhecimento de cada educando, que por sua vez são relativos. Estes devem estar presente na sala de recursos, na sala comum, na
biblioteca, em laboratórios, seja de informática ou das ciências,
e em ambientes poliesportivo.
Porém, é aconselhável e indispensável a utilização desses recursos , e devem perpassar desde o ambiente escolar à
atividades de vida autônoma.
EXEMPLOS
DE PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO
Descrição
das imagens:
1. Essa
prancha de
comunicação possui dezoito símbolos gráficos. As mensagens
servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão
organizados por cores nas categorias social (oi, podes ajudar?,
obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber);
substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de
laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).
Atividades
escolares e extraclasse:
Descrição
das imagens:
2. Essa prancha é
útil para o aluno aprender conceitos de organização doméstica,
higiene pessoal, atividade extra classe. Podendo ser trabalhada
tanto no ambiente escolar quanto nas atividades de casa.
Atividades
escolares:
Descrição
das imagens:
3. Três
atividades foram construídas para que o usuário da CAA possa
responder questões apontando os símbolos gráficos PCS. A primeira
pede para apontar os animais; a segunda para apontar os vegetais e a
terceira para apontar os minerais.
Abaixo
de cada questão visualiza-se uma série de símbolos gráficos com Imagens
representativas dos três reinos da natureza.
Descrição
das imagens:
4. Uma
atividade de matemática com o tema sobre "igual" e
"diferente" foi construída com o Boardmaker.
Utilizando
a "escrita com símbolos" com a pergunta: Qual é o igual?
Visualiza-se então o símbolo de uma boneca. Abaixo estão três
opções de símbolos: "carro", "boneca" e
"sorvete". O aluno deverá apontar a resposta correta.
Logo
abaixo está a outra pergunta sobre "qual é o diferente?"
e visualiza-se o símbolo da "borboleta". Abaixo duas
opções de resposta: "vaca" e "borboleta".
Pranchas
temáticas para interpretação de livros e conteúdos:
Descrição
da imagem:
5. Um
livro de história, que fala sobre temas de ecologia, está
acompanhado de uma prancha temática, com a qual o usuário da CAA
poderá apontar ações positivas e negativas relativa à preservação
do meio ambiente.
Referências:
BEZ, M. R. Comunicação
Aumentativa e Alternativa para sujeitos com Transtornos Globais do
Desenvolvimento na promoção da expressão e intencionalidade por
meio de Ações Mediadoras.
Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Educação - Faculdade
de Educação. Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto
Alegre, 2010.
TOMASELLO, M. Origens
culturais da aquisição do conhecimento humano.
São Paulo: Martins Fontes, 2003.
VYGOTSKY, L.S. A
Formação Social da Mente. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
Miranda, L. C. e
Gomes, I. C. D. Contribuições da Comunicação alternativa de baixa
tecnologia em paralisia cerebral sem comunicação oral: relato de
caso. Revista CEFAC, 6 (3), 2004, 247-52.
Deficiência
Física/Carolina R. Schirmer...(et al.). - São Paulo:
MEC/SEESP, 2007.
130P. - (Atendimento
Educacional Especializado)