Atividade
2 – blog - 2ª semana
Surdocegueira
Surdocegueira
é a associação da deficiência auditiva e visual presente no
mesmo indivíduo, independente do grau de sua perda. Podendo ser
Congênita ou Adquirida “Uma pessoa que tenha deficiências
visuais e auditivas de um grau de tal importância, que esta dupla
perda sensorial cause problemas de aprendizagem, de conduta e afete
suas possibilidades de trabalho, é denominada surdocega”. OLSON.
Para
McInnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma
deficiência única que requer uma abordagem específica para
favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar esse
suporte. A autora ainda subdivide as pessoas com surdocegueira em
quatro categorias:
.
Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
.
Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
.
Indivíduos que se tornaram surdocegos;
.
Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou
seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem,
habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a
qual possam construir uma compreensão de mundo.
A
surdocegueira é uma limitação caracterizada por problemas
relacionados com a comunicação com o meio, com as orientações
do meio, e problemas relacionados à obtenção de informação.
Segundo
Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão
gravemente
comprometidas,
os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos
socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam.
Deficiência
Multiplas
Segundo
a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989 define-se como:
Deficiência
múltipla – A associação, no mesmo indivíduo, de duas ou
mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva /
física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu
desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
É
uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de
pessoas, revelando associações diversas de deficiências que
afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o
relacionamento social" (MEC/SEESP, 2002).
As causas podem ser pré-natais, por má-formação congênita e por
infecções virais como rubéola ou doenças sexualmente
transmissíveis, que não tratadas podem também causar deficiência
múltipla em indivíduos adultos.
As
Definições de Comunicação
A
comunicação entre os seres humanos é um processo interpessoal por
meio do qual se estabelecem vínculos com os outros. Esta relação é
estabelecida de diferentes maneiras e, segundo as possibilidades
comunicativas de cada um, pode acontecer com movimentos do corpo,
utilizando objetos do ambiente ou desenvolvendo um código
linguístico.
O
uso de objetos reais é uma possibilidade que consiste em interpretar
uma atividade, ação ou situação por meio de um objeto, que
adquire um valor simbólico. Por meio do uso dos objetos, a criança
pode compreender e expressar as intenções comunicativas.
Nas
crianças com surdocegueira e com deficiência múltipla, a
COMUNCIAÇÃO é o aspecto mais importante e, por isto,
deve-se focar nele toda a atenção na implementação do programa
educacional/terapêutico, já que é o ponto de partida para chegar a
qualquer aprendizagem.
Para as pessoas com
surdocegueira e/ou com deficiência múltipla dividimos a comunicação
em Receptiva e Expressiva, para favorecer a eficiência
da transmissão e interpretação.
A comunicação receptiva
ocorre quando alguém recebe e processa a informação
dada por meio de uma fonte e forma (escrita, fala, Libras e etc). A
informação pode ser recebida por meio de uma pessoa, radio ou TV,
objetos, figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas. No
entanto, comunicação receptiva requer que a pessoa que está
recebendo a informação forme uma interpretação que seja
equivalente com a mensagem de quem enviou tentou passar.
A
comunicação expressiva requer que um
comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra
pessoa. Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso
de objetos, gestos, movimentos corporais, fala, escrita, figuras, e
muitas outras variações.
Necessidades
específicas das pessoas com surdocegueira e
Deficiência Múltiplas:
O
corpo é a realidade mais imediata do ser humano. A partir e por meio
dele, o homem descobre o mundo e a se mesmo. Portanto, favorecer o
desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira e
deficiência múltipla é de extrema importância. (
Fasciculo _V_ SC e DMU, pág. 11 e 12).
De
acordo com Nunes (2002), as necessidades da pessoa com múltipla
deficiência podem ser agrupadas em três blocos:
Necessidades
físicas e médicas, como por exemplo:
- A mais frequente causa da deficiência múltipla é a Paralisia Cerebral, que compromete a postura e a mobilidade. Os movimentos voluntários são limitados em termos qualitativos e quantitativos.
- Limitações sensoriais (visual e auditiva)
- Convulsões
- Controle respiratório e pulmonar
- Problemas com deglutição e mastigação
- Saúde mais frágil com pouca resistência física
Necessidades
emocionais de:
- Afeto
- Atenção
- Oportunidades de interagir com o meio e com o outro
- Desenvolver relações sociais e afetivas
- Estabelecer uma relação de confiança
Necessidades
educativas devido a:
- Limitações no acesso ao ambiente
- Dificuldades em dirigir atenção para estímulos relevantes
- Dificuldades na interpretação da informação
- Dificuldades na generalização.
ABORDAGEM
EDUCACIONAL :
Para
o aluno com múltiplas deficiência, as abordagens educacionais
devem ter estratégias planejadas de forma sistemática, num modelo
de colaboração na qual a comunicação seja a prioridade central.
É
necessário organizar o mundo da pessoa por meio do estabelecimento
de rotinas claras e uma comunicação adequada. É preciso
desenvolver atividades de maneira multi sensorial para garantir
aproveitamento de todos os sentidos e que sejam atividades que
proporcionem uma aprendizagem significativa com oportunidades de
generalizar para outros ambientes e pessoas, (atividade funcional).
A
pessoa com deficiência múltipla necessita de um ambiente reativo,
isto é, que responda a suas iniciativas. Seu tempo de resposta deve
ser respeitado e a habilidades de fazer escolhas deve estar dentro de
suas atividades programadas.
Esta
abordagem educacional nada mais é do que o trabalho em equipe.
Segundo Nunes (1999) no trabalho com a pessoa com deficiência
múltipla é fundamental a colaboração da família bem como dos
profissionais de outros serviços no qual todas as pessoas partilhem
dos mesmos objetivos. A intervenção se torna mais rica e a
responsabilidade é partilhada por todos, assim a família não se
sente isolada, nem tampouco atribui sucessos e fracassos
inteiramente a escola.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Comunicación para Persona
Sordociegas. Autora: Ximena Serpa,
Fonoaudióloga e Educadora de Pessoa com Surdocegueira.
OLSON,
Stig, Surdocegueira. Apresentação na “A surdez: um mundo de
encontro”, Santa Fé de Bogotá, 1995.
(McINES,
John Programming for congenital and early adventitios deafblind
adults).
1.
Inclusão escolar. 2. Educação especial. I. Mesquita, Sandra Regina
Stanziani Higino. II. Maia, Shirley Rodrigues. III. Brasil.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. IV.
Universidade Federal do Ceará. V.
Educação
Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar.
Nascimento,
Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Educação
Educação
infantil ; saberes e práticas da inclusão : dificuldades de
comunicação e
sinalização
: surdocegueira/múltipla deficiência sensorial. [4. ed.] /
elaboração profª ms.
Fátima
Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São
Carlos –
UFSC/SP,
prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a
Múltipla
Deficiência
- AHIMSA. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial,
2006.