terça-feira, 15 de abril de 2014

INFORMATIVO

                                    Atividade 2 – blog - 2ª semana
                                            

                         Surdocegueira
   Surdocegueira é a associação da deficiência auditiva e visual presente no mesmo indivíduo, independente do grau de sua perda. Podendo ser Congênita ou Adquirida “Uma pessoa que tenha deficiências visuais e auditivas de um grau de tal importância, que esta dupla perda sensorial cause problemas de aprendizagem, de conduta e afete suas possibilidades de trabalho, é denominada surdocega”. OLSON.
   Para McInnes (1999), a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar esse suporte. A autora ainda subdivide as pessoas com surdocegueira em quatro categorias:
. Indivíduos que eram cegos e se tornaram surdos;
. Indivíduos que eram surdos e se tornaram cegos;
. Indivíduos que se tornaram surdocegos;
. Indivíduos que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente, ou seja, não tiveram a oportunidade de desenvolver linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão de mundo.
     A surdocegueira é uma limitação caracterizada por problemas relacionados com a comunicação com o meio, com as orientações do meio, e problemas relacionados à obtenção de informação.
Segundo Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão gravemente
comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam.

                            Deficiência Multiplas

      Segundo a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989 define-se como:
Deficiência múltipla – A associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
É uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social" (MEC/SEESP, 2002). As causas podem ser pré-natais, por má-formação congênita e por infecções virais como rubéola ou doenças sexualmente transmissíveis, que não tratadas podem também causar deficiência múltipla em indivíduos adultos.

As Definições de Comunicação

       A comunicação entre os seres humanos é um processo interpessoal por meio do qual se estabelecem vínculos com os outros. Esta relação é estabelecida de diferentes maneiras e, segundo as possibilidades comunicativas de cada um, pode acontecer com movimentos do corpo, utilizando objetos do ambiente ou desenvolvendo um código linguístico.
      O uso de objetos reais é uma possibilidade que consiste em interpretar uma atividade, ação ou situação por meio de um objeto, que adquire um valor simbólico. Por meio do uso dos objetos, a criança pode compreender e expressar as intenções comunicativas.
       Nas crianças com surdocegueira e com deficiência múltipla, a COMUNCIAÇÃO é o aspecto mais importante e, por isto, deve-se focar nele toda a atenção na implementação do programa educacional/terapêutico, já que é o ponto de partida para chegar a qualquer aprendizagem.
Para as pessoas com surdocegueira e/ou com deficiência múltipla dividimos a comunicação em Receptiva e Expressiva, para favorecer a eficiência da transmissão e interpretação.
A comunicação receptiva ocorre quando alguém recebe e processa a informação dada por meio de uma fonte e forma (escrita, fala, Libras e etc). A informação pode ser recebida por meio de uma pessoa, radio ou TV, objetos, figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas. No entanto, comunicação receptiva requer que a pessoa que está recebendo a informação forme uma interpretação que seja equivalente com a mensagem de quem enviou tentou passar.
A comunicação expressiva requer que um comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra pessoa. Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos, movimentos corporais, fala, escrita, figuras, e muitas outras variações.
Necessidades específicas das pessoas com surdocegueira e Deficiência Múltiplas:

O corpo é a realidade mais imediata do ser humano. A partir e por meio dele, o homem descobre o mundo e a se mesmo. Portanto, favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira e deficiência múltipla é de extrema importância. ( Fasciculo _V_ SC e DMU, pág. 11 e 12).
De acordo com Nunes (2002), as necessidades da pessoa com múltipla deficiência podem ser agrupadas em três blocos:
Necessidades físicas e médicas, como por exemplo:
  • A mais frequente causa da deficiência múltipla é a Paralisia Cerebral, que compromete a postura e a mobilidade. Os movimentos voluntários são limitados em termos qualitativos e quantitativos.
  • Limitações sensoriais (visual e auditiva)
  • Convulsões
  • Controle respiratório e pulmonar
  • Problemas com deglutição e mastigação
  • Saúde mais frágil com pouca resistência física
Necessidades emocionais de:
  • Afeto
  • Atenção
  • Oportunidades de interagir com o meio e com o outro
  • Desenvolver relações sociais e afetivas
  • Estabelecer uma relação de confiança
Necessidades educativas devido a:
  • Limitações no acesso ao ambiente
  • Dificuldades em dirigir atenção para estímulos relevantes
  • Dificuldades na interpretação da informação
  • Dificuldades na generalização.
ABORDAGEM EDUCACIONAL :

     Para o aluno com múltiplas deficiência, as abordagens educacionais devem ter estratégias planejadas de forma sistemática, num modelo de colaboração na qual a comunicação seja a prioridade central.
    É necessário organizar o mundo da pessoa por meio do estabelecimento de rotinas claras e uma comunicação adequada. É preciso desenvolver atividades de maneira multi sensorial para garantir aproveitamento de todos os sentidos e que sejam atividades que proporcionem uma aprendizagem significativa com oportunidades de generalizar para outros ambientes e pessoas, (atividade funcional).
   A pessoa com deficiência múltipla necessita de um ambiente reativo, isto é, que responda a suas iniciativas. Seu tempo de resposta deve ser respeitado e a habilidades de fazer escolhas deve estar dentro de suas atividades programadas.
  Esta abordagem educacional nada mais é do que o trabalho em equipe. Segundo Nunes (1999) no trabalho com a pessoa com deficiência múltipla é fundamental a colaboração da família bem como dos profissionais de outros serviços no qual todas as pessoas partilhem dos mesmos objetivos. A intervenção se torna mais rica e a responsabilidade é partilhada por todos, assim a família não se sente isolada, nem tampouco atribui sucessos e fracassos inteiramente a escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comunicación para Persona Sordociegas. Autora: Ximena Serpa, Fonoaudióloga e Educadora de Pessoa com Surdocegueira.
OLSON, Stig, Surdocegueira. Apresentação na “A surdez: um mundo de encontro”, Santa Fé de Bogotá, 1995. (McINES, John Programming for congenital and early adventitios deafblind adults).
1. Inclusão escolar. 2. Educação especial. I. Mesquita, Sandra Regina Stanziani Higino. II. Maia, Shirley Rodrigues. III. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. IV. Universidade Federal do Ceará. V.
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar.
Nascimento, Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Educação
Educação infantil ; saberes e práticas da inclusão : dificuldades de comunicação e
sinalização : surdocegueira/múltipla deficiência sensorial. [4. ed.] / elaboração profª ms.
Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos –
UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a Múltipla

Deficiência - AHIMSA. – Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

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